segunda-feira, 29 de abril de 2019

Programa de Ação - Lista S - Um SPGL ainda mais FORTE


PROGRAMA DE AÇÃO


Lista S - Um SPGL Ainda Mais FORTE


1. POR UMA EDUCAÇÃO PARA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA, MAIS IGUALITÁRIA, MAIS DEMOCRÁTICA

As eleições para os corpos gerentes do nosso sindicato (2019-2013) decorrem no fim de uma legislatura que se iniciou com uma originalidade no que respeita ao nosso país: a formação de um governo minoritário do PS com o apoio expresso e negociado com os partidos à sua esquerda. Uma solução política que afastou a direita do poder e que criou fundadas expectativas de inverter a desastrosa política social e económica do governo anterior, nomeadamente no campo da educação. No final da legislatura, contudo, e sem esquecer um conjunto de medidas positivas, quer no que respeita à educação quer no que respeita aos trabalhadores em geral, a sensação de profundo desânimo é a que domina. Desânimo que resulta de se ter perdido uma oportunidade de, com os professores, investigadores e educadores, se terem dado passos decisivos na continuação da melhoria do nosso sistema educativo, ainda fortemente marcado pela “exclusão” que se traduz no número ainda elevado de retenções, de abandono precoce, da insuficiência do apoio aos alunos com necessidades educativas especiais e de um elevado número de jovens afastados do ensino superior, resultado de um nítido subfinanciamento orçamental da Educação. 

Temos consciência de que o que se vive na Escola e no sistema educativo está fortemente ligado à política geral: este sentimento de desânimo que atinge a classe docente é da mesma natureza da que atinge os trabalhadores e os cidadãos mais progressistas, preocupados com a crise imposta ao Serviço Nacional de Saúde, com a crise de habitação, com os baixos salários, com o insuficiente investimento público, com a persistência de uma legislação laboral que retirou direitos aos trabalhadores. Em suma: a consciência de que travamos o avanço das forças de direita, protagonizadas anterior governo do PSD e CDS, mas que os passos dados na construção de uma sociedade mais justa e igual foram demasiado tímidos. 


POR UM MOVIMENTO SINDICAL UNITÁRIO, SOLIDÁRIO E ATUANTE

Ao movimento sindical, - um dos pilares mais sólidos na construção de uma sociedade mais democrática e de resistência às políticas antissociais do neoliberalismo - exige-se um difícil equilíbrio: a intransigência na defesa dos direitos de quem trabalha, a luta persistente por melhores condições de trabalho, e o combate às injustiças sociais, impedindo o regresso da direita ao poder, que se traduziria num dramático retrocesso social, nomeadamente no campo da Educação.

O SPGL, integrado na FENPROF, com uma presença forte nas escolas, através de numerosas reuniões sindicais e plenários, com forte presença nas “ações de rua”, com informação clara e constante dirigida aos professores e educadores tem dinamizado a participação dos professores nas diversas lutas levadas a cabo pelo movimento sindical docente. Em consonância com a CGTP-IN e a Frente Comum, estruturas de que faz parte, o SPGL tem participado ativamente na vida sindical do país. 

A lista que protagonizamos – Um SPGL Ainda Mais Forte – está em continuidade do trabalho desenvolvido pelos corpos gerentes que agora cessam o seu mandato. Temos consciência das dificuldades que o trabalho sindical apresenta nos tempos atuais, reconhecemos campos em que se pode e deve melhorar, mas afirmamos sem hesitação que os candidatos que apresentamos se caracterizam por uma presença firme, persistente e lúcida na luta pelos direitos dos docentes, na construção de uma escola de qualidade para todos, assente no primado da construção de uma escola pública de qualidade e na luta por uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais democrática. Alicerçado na participação democrática e combativa de professores e investigadores, a LISTA S- “Um SPGL Ainda Mais FORTE - será o caminho para a obtenção de resultados positivos que reinstalem a esperança e a alegria no exercício de profissões exigentes, cuja dignidade e valorização urge incrementar: a profissão docente e a investigação cientifica. 



2. DEFENDER A PROFISSÃO, MELHORAR A ESCOLA PÚBLICA
EXIGIMOS RESPEITO

Decorrem estas eleições para o SPGL num momento em que ainda é incerto o resultado da intensa luta dos professores pela recuperação, para todos os efeitos, do tempo de serviço “roubado” pelos governos anteriores, traduzido em ”9 anos, 4 meses e 2 dias”, ( para muitos professores e educadores, por via das medidas de transição entre as várias versões do ECD, o tempo perdido é ainda maior!)

Os professores e educadores têm plena razão na sua exigência: tempo trabalhado tem de ser contado! A justiça desta reivindicação é de tal modo evidente que nenhum partido político com assento parlamentar a contesta: a Assembleia da República aprovou por unanimidade em janeiro de 2018 uma Recomendação ao Governo nesse sentido. As regiões autónomas da Madeira e Açores já consagraram a recuperação deste tempo de serviço. Mas o governo insiste em não aceitar a recomendação, simula reuniões e fez publicar o decreto que pretende apagar definitivamente mais de 6,5 anos do tempo de facto trabalhado. O SPGL tem participado e vai continuar a participar de forma ativa nas inúmeras ações de luta por este objetivo. Um SPGL Ainda Mais Forte vai continuar a lutar, porque a contagem de todo o tempo de serviço é uma questão de respeito pelo trabalho dos professores e educadores. Não ao apagão!

Respeito é também devido aos professores do Ensino Superior e aos Investigadores e trabalhadores científicos; os primeiros confrontam-se com bloqueios vários no ingresso e progressão das suas carreiras; os segundos lutam contra a precariedade da sua situação laboral e a exploração a que as instituições do ensino superior os sujeitam. Muitos deles estão em condição de beneficiarem da aplicação do PREVPAP, mas a tal tem obstado a posição de reitores e diretores, com beneplácito do governo. Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a apoiar e a dinamizar as suas justas lutas e reivindicações. 


DEFENDER O ESTATUTO DE CARREIRA DOCENTE (ECD)

Uma das explicações mais plausíveis para o comportamento do governo no que se refere à recuperação do tempo de serviço (9A 4M 2D) é a intenção (mal disfarçada) de pôr em causa o Estatuto de Carreira Docente do ensino não superior, anulando a condição de “corpo especial” e remetendo a profissão docente para a carreira geral da administração pública. Consumar-se-ia assim um ataque ainda mais intolerável à profissão docente.

A desvalorização e desconsideração da profissão docente levada a cabo quer por Maria de Lurdes Rodrigues quer por Nuno Crato, e agora também por Brandão Rodrigues ameaçam por em causa o futuro da Educação em Portugal..

Um SPGL Ainda Mais Forte mobilizará os docentes em defesa do seu estatuto de carreira, particularmente no que respeita a horários de trabalho, vinculação, regime de avaliação e progressão na carreira. O ECD, conquistado em 1990 e melhorado em 1999, sofreu um forte ataque em 2005 . Precisa de ser melhorado, não destruído. Um SPGL Ainda Mais forte será um bastião na defesa de um ECD que dignifique a profissão docente.


HORÁRIOS QUE NOS PERMITAM SER PROFESSORES E EDUCADORES

A denúncia persistente da sobrecarga horária que incide sobre os professores, produzida sobretudo por inúmeras reuniões “não previstas”, pela concretização de sucessivos projetos que obrigam a horas de trabalho “extra” e a trabalhos burocráticos de cuja utilidade é legítimo duvidar, e a greve cumprida pelos docentes com recusa a reuniões fora do horário de trabalho já conduziram a resultados positivos: o Ministério da Educação foi obrigado a reconhecer que o que não está marcado no horário não pode ser exigido e, a ser realizado, deve ser considerado trabalho extraordinário. É uma vitória que urge consolidar. Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a exigir o cumprimento do horário dos docentes: 35 horas/semanais com respeito pela divisão entre trabalho letivo, não letivo de estabelecimento e individual consignada no ECD. Mas a melhoria das condições de trabalho exige também a diminuição do número de alunos por turma e, em muitos casos, a diminuição do número de turmas atribuídas ao professor. Só assim os docentes poderão dar a resposta individualizada a cada aluno, combater a indisciplina, e desenvolver nos alunos sólidos hábitos de trabalho. Porque só assim podemos realizar com rigor a nossa profissão de professores e educadores, condição essencial para a qualidade da escola pública.


VINCULAÇÃO DOS PROFESSORES CONTRATADOS

Na legislatura que agora termina, fruto de uma intensa e prolongada luta dos docentes, melhorou-se o acesso à vinculação através do mecanismo conhecido por “norma travão”, reduzindo o número de anos necessários. O número de docentes vinculado superou claramente o número do anterior governo. Mas continua a existir um significativo número de docentes que se mantém fora da carreira e sem acesso à norma travão, apesar de terem muitos anos de serviço. Tal acontece porque nem sempre conseguem horário completo. Merecem destaque, entre outros, os docentes especializados do ensino artístico, incluindo os das chamadas “técnicas especiais” que, incompreensivelmente, foram excluídos da aplicação dinâmica desta norma prevista para outros docentes do ensino artístico. 

Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a exigir a vinculação destes docentes reivindicando a alteração da chamada “norma travão” , a sua aplicação a todos os docentes.


DEMOCRATIZAR A GESTÃO. GARANTIR A AUTONOMIA DA ESCOLA

Foi instituído um modelo de gestão e administração escolar centrado no poder alargado de um diretor, com redução profunda da intervenção dos docentes e subalternização do conselho pedagógico e outros órgãos de funcionamento da escola. O que se traduz na diminuição da democracia na vida das escolas.

Está em curso uma campanha, lançada pela FENPROF, com o objetivo de rever o atual modelo de gestão, defendendo o regresso a uma gestão colegial, ao aumento do poder de intervenção do conselho pedagógico e da participação dos professores e educadores na vida das suas escolas/agrupamentos. Um SPGL Ainda Mais Forte dinamizará esta campanha que deve tornar-se um dos objetivos centrais da ação reivindicativa.

A garantia da democracia nas escolas/agrupamentos exige firme oposição a todas as tentativas de, a coberto da transferência de competências para os municípios, em curso, os poderes autárquicos ganharem o poder de intervir ilegitimamente na esfera do que deve ser do domínio exclusivo das escolas: a gestão pedagógica, métodos de ensino, organização de turmas e de horários, gestão de pessoal adstrito ao funcionamento das escolas, etc. Um SPGL Ainda Mais Forte é a garantia da defesa da autonomia das escolas! Um SPGL Ainda Mais Forte opor-se-á firmemente à municipalização do ensino na medida em que ela conduzirá a variadas formas de caciquismo, de nepotismo e de submissão dos interesses gerais a interesses particulares. Um SPGL Ainda Mais Forte incentivará um debate aberto, sem preconceitos, em torno da criação e participação nos conselhos municipais de Educação, na definição das Cartas Educativas de cada concelho, na colaboração entre as escolas e as autarquias no respeito pela autonomia de cada setor. 


APOSENTAÇÃO: A RESPOSTA A UMA CLASSE ENVELHECIDA E EXAUSTA

A FENPROF promoveu recentemente, em colaboração com a FCSH, um estudo bem fundamentado evidenciando o elevado grau de desgaste físico e emocional de grande parte da classe docente (ensino não superior). Dados recentemente publicados evidenciam o elevado envelhecimento dos docentes em exercício (são escassos os docentes com menos de 30 anos!) e o perigo que tal situação representa para o sistema educativo tem sido sublinhado por várias organizações nacionais e internacionais. Ao sujeitar os professores e educadores às cada vez mais gravosas condições de acesso à aposentação e a enormes cortes salariais para a “aposentação antecipada” o governo está a pôr em causa a Educação. O corpo docente está envelhecido, exaurido e a necessitar de rejuvenescimento. Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a reivindicar condições específicas e mais favoráveis para a aposentação dos docentes, nomeadamente, e como medida transitória, a aposentação sem cortes aos 40 anos de serviço.

Um SPGL ainda Mais Forte exigirá que as juntas médicas a que os docentes se sujeitam por razões de saúde agravadas os tratem com decência e dignidade, pondo termo à prática de reenviar para as escolas docentes que objetivamente não tem condições físicas para continuarem a lecionar, ferindo a sua dignidade pessoal e profissional.


3. UMA ESCOLA DE QUALIDADE PARA TODOS

Durante a atual legislatura foram tomadas algumas medidas positivas para a melhoria da escola pública (e também das escolas do ensino particular e cooperativo). Marcando uma rutura com as posições de elitismo de Nuno Crato, eliminaram-se os exames no 4º e 6º anos (que o anterior ministro introduziu à revelia das opiniões dos pedagogos), abandonou-se o projeto de seleção precoce dos alunos entre o ensino regular e os profissionais – o afamado (?) modelo alemão - incentivaram-se medidas tendentes à diminuição do insucesso escolar, que tem vindo, de facto. a diminuir graças ao profissionalismo e competência da classe docente, abandonou-se o pérfido projeto do cheque-ensino e combateu-se os abusos existentes nos contratos de associação com os colégios.

A definição do “perfil do aluno” no fim do secundário mereceu o aplauso dos professores e educadores e da comunidade escolar; embora menos consensuais, medidas como a introdução da área de cidadania nos currículos e os diplomas de gestão flexível dos currículos podem potenciar melhorias na qualidade das aprendizagens. O SPGL incentivará entre os docentes o debate sobre estes diplomas. 

Mas para que a Escola cumpra o seu papel de contribuir para uma sociedade mais justa é necessário:

- continuar o combate ao insucesso e ao abandono escolar, implicando a melhoria da formação inicial dos docentes e a possibilidade de as escolas terem docentes para a recuperação de atrasos nas aprendizagens:

- a real valorização do ensino profissional, nomeadamente alterando as regras de acesso ao ensino superior de modo a que os estudantes que optarem pelas vias profissionais tenham, realmente, possibilidade de acesso.

- reformular o processo de formação contínua, afastando cada vez mais a relação direta entre a frequência de formação e as exigências para a progressão na carreira, garantindo a sua gratuitidade e assumindo-a como um direito consignado no ECD, devendo ocorrer em horários adequados integrados no horário semanal dos docentes. 

- a existência de funcionários em número suficiente.

- a Escola Pública deve possibilitar a todos “o regresso à escola” quando por qualquer motivo alguém não completou a escolaridade de 12 anos. É necessário reorganizar o ensino noturno para que esse direito se concretize tendo em atenção, nomeadamente os transportes e as escolas onde funcionam. Devem estruturar-se processos de ensino à distância que facilitem o complemento da escolaridade interrompida.

-o fim, mesmo que progressivo, das propinas no ensino superior.

Apesar das dificuldades que resultam da escassez de financiamento, da falta de assistentes operacionais, do desgaste dos docentes, da estrutura de mega -agrupamentos, a Escola Pública ganhou uma qualidade que nos deve orgulhar, mas tem ainda possibilidade de melhorar. Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a matriz de sempre do nosso sindicato: a defesa e conquista dos direitos dos professores e educadores está ao serviço da qualidade da escola pública em cuja construção nos empenhamos desde a fundação do SPGL. Um SPGL Ainda Mais Forte lançará um aprofundado debate sobre o que mudar na formação inicial dos docentes, o papel a desempenhar pela formação contínua e o modo como o sindicato deve intervir nestes domínios.


ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO. IPSS. MISERICÓRDIAS

O SPGL tem-se afirmado como o sindicato mais representativo dos docentes destes setores de ensino, incluindo as vertentes do ensino artístico especializado e profissional. Provam-no o recurso que o SPGL tem vindo a fazer junto do Ministério do Trabalho (DGERT) do procedimento que permite a mediação com as direções dos estabelecimentos e instituições com o objetivo de resolução de conflitos laborais. Foi também a intervenção do SPGL junto do Provedor de Justiça que conduziu à alteração do Estatuto de Aposentação que veio permitir o direito à aposentação antecipada aos ex-subscritores da CGA em situação de desemprego de longa duração.

O SPGL tem-se empenhado na negociação de um novo CCT que dignifique a função docente nos Ensinos Particular e Cooperativo, Artístico Especializado e Profissional, fortemente degradada com o acordo celebrado entre a FNE e a AEEP. Na inexistência de um CCT que respeite os professores, o SPGL tem procurado assinar Acordos de Empresa, o que já foi conseguido com alguns colégios e escolas do setor.

Um SPGL Ainda Mais Forte continuará esta intervenção dinâmica na dignificação da função docente nestes setores exigindo:

- a celebração de um CCT que reponha direitos, respeite os docentes e valorize a sua carreira e que não discrimine os docentes do Ensino Profissional relativamente aos docentes de outros setores, principalmente no que respeita à estrutura de carreira e salários, assim como os docentes do Ensino Artístico especializado no que respeita à organização do seu horário letivo semanal, sem prejuízo de adequações decorrentes de especificidades destas modalidades de ensino. 

- o reconhecimento para efeito de progressão na carreira de todo o tempo de serviço prestado noutros estabelecimentos de ensino particular e público.

- a exigência de as verbas necessárias para o funcionamento das escolas com contratos estabelecidos com o M.E serem transferidas atempadamente de modo a permitir o seu normal funcionamento, nomeadamente no que respeita ao pagamento mensal de vencimentos.

- a exigência de um financiamento adequado às necessidades do Ensino Profissional de modo a assegurar a qualidade desta oferta educativa.

Um SPGL Ainda Mais Forte desencadeará uma reflexão e discussão alargadas no que respeita ao ensino artístico especializado sobre o estatuto dos docentes a exercerem funções nesta área de ensino.


DOCENTES das IPSS e das MISERICÓRDIAS

- O SPGL teve papel determinante nas negociações do CCT para as IPSS (publicado em 22/10/2017) e do Acordo Coletivo de Trabalho para as Misericórdias, publicado em 15/10/2016. Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a defender estes docentes:

- exigindo a aplicação e cumprimento efetivo das convenções coletivas aplicáveis

-negociando condições de trabalho que se aproximem das condições do ensino público.

Um SPGL Ainda Mais Forte não desistirá de lutar pelo reconhecimento do tempo de serviço dos educadores de infância a exercerem em creche para todos os efeitos, incluindo carreiras e concursos.

Um SPGL Ainda Mais Forte exigirá que o Ministério da Educação passe a titular pedagogicamente as creches.

Um SPGL Ainda Mais Forte exigirá que haja um rigoroso controlo e cuidada fiscalização dos financiamentos públicos a estabelecimentos de ensino privado.


ENSINO SUPERIOR E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA

1. A asfixia financeira do Ensino Superior Público

Portugal continua a apresentar níveis de investimento no Ensino Superior e na Ciência que ficam abaixo das médias europeias e muito distantes dos objetivos definidos para 2030. A tão alardeada convergência continua a ser uma miragem e continua a não existir uma estratégia integrada para o desenvolvimento deste sector. De resto, esta deverá incluir sempre uma previsão de custos e definição de mecanismos de financiamento, sendo claro que, em qualquer circunstância, é absolutamente crucial reforçar o financiamento estrutural, por via do orçamento do estado (OE), invertendo a tendência de aposta no financiamento competitivo, essencialmente proveniente de fundos europeus.

A redução das transferências do OE para o Ensino Superior tem tido inúmeras implicações, entre as quais a estagnação na carreira,. Também a falta de investimento em equipamentos e na manutenção de edifícios tem prejudicado a qualidade de vida e de trabalho nas instituições do Ensino Superior Público. Nalguns casos, as verbas provenientes do OE não chegam a cobrir 80% das despesas com salários, tendo o resto de ser obtido recorrendo às verbas provenientes das propinas dos alunos e a mecanismos de financiamento competitivo. 

Entretanto, o sufoco financeiro em que as instituições vivem, por imposição de sucessivos governos, impede que a exigência, recentemente introduzida na lei dos graus e diplomas, do cumprimento de rácios mínimos de docentes de carreira para a acreditação de cursos, venha a trazer o benefício de reforço da qualidade científica e estabilidade que potencialmente comporta.


A estabilização e qualificação dos corpos docentes no Ensino Superior Público

A prolongada política de desprezo pela qualificação e estabilidade laboral dos docentes do Politécnico levou à consagração de um regime transitório com vista a reduzir os elevadíssimos níveis de precariedade, que combinou a entrada na carreira com a obtenção das habilitações exigidas pela revisão da carreira de 2009. Esta luta em que o SPGL se empenhou fortemente teve resultados muito positivos, pese embora a falta de condições de apoio à obtenção do doutoramento que se verificou na generalidade das escolas e instituições. Esta luta só ficará completa quando se conseguir que os leitores das universidades portuguesas tenham acesso a um regime transitório visando a sua estabilidade laboral.

A aplicação deste regime transitório contribuiu para um aumento muito significativo do número de professores doutorados no Politécnico, capacitando as instituições para virem a atribuir o grau de doutor. Este passo vai no sentido da concretização de um sistema de Ensino Superior unitário, integrado e diversificado, pelo qual o SPGL e a FENPROF se têm batido.


A desregulação no Ensino Superior Particular e Cooperativo

No Ensino Superior Particular e Cooperativo, em que os níveis de precariedade e a arbitrariedade ultrapassam, muitas vezes, os limites mais impensáveis, e apesar do empenho do SPGL na negociação com o governo de um instrumento regulador da contratação e da carreira, este continua a não cumprir com as suas obrigações, não tendo ainda legislado sobre esta matéria.

Verificam-se abusos nas cargas letivas atribuídas e na contratação a prazo sem limites, o que contraria o estabelecido no Código do Trabalho. Os salários são em geral bastante inferiores aos praticados nas instituições públicas, o que convida os docentes à acumulação. A precariedade e os baixos salários impedem muitos docentes de se dedicarem à investigação. São necessárias medidas destinadas à criação de corpos docentes permanentes em todas as instituições do ensino superior privado, adequadamente dimensionados e qualificados. A negociação e a entrada em vigor de um ACT para este subsector é de grande importância para a qualidade das instituições e para a dignificação da atividade dos seus docentes e investigadores.


Os elevados níveis de precariedade e o PREVPAP

O PREVPAP, programa destinado a combater a precariedade na Administração Pública, tem sido de notória ineficácia, no que toca às carreiras especiais. Num sector há muito necessitado de medidas estruturais de prevenção e correção da precariedade, este programa foi mal concebido e altamente ineficaz, como o elevado número de situações gritantes de precariedade por regularizar comprova. 

O número de instituições privadas sem fins lucrativos (IPSFL) criadas por instituições de Ensino Superior públicas, como forma de contornar alguns dos constrangimentos impostos a toda a Administração Pública, aumentou muito significativamente ao longo dos últimos anos. Para o SPGL, este processo de externalização de funções (outsourcing), frequentemente concretizado na criação de IPSFL que operam unicamente enquanto extensões das instituições a que estão associadas, deve ser objeto de uma regulamentação muito mais restritiva e de uma monitorização mais apertada por parte das autoridades responsáveis. O mesmo se aplica aos casos ainda mais graves de criação, pelas Escolas, de organizações ainda menos transparentes e de carácter puramente empresarial, de que participam na qualidade de acionistas e para as quais transferem várias incumbências suas, gerando situações de incomensurável promiscuidade institucional.

Na Ciência, os níveis de precariedade são dos mais alarmantes, existindo hoje muitos mais investigadores doutorados precários do que integrados na respetiva carreira. Depois dos programas “Ciência” e “Investigador FCT”, acrescenta-se agora o Regime Jurídico do Emprego Científico (DL57/2016) que, à semelhança dos anteriores, não resolve o problema da precariedade. Efetivamente, são imperiosas a revogação da figura do bolseiro de pós-doutoramento e a aplicação da Carta Europeia do Investigador e da Diretiva Comunitária. Doutra forma, as instituições nunca terão incentivos para a contratação de investigadores para a respetiva carreira e estes terão sempre um estatuto de subalternidade face aos docentes. O desinvestimento nos Laboratórios de Estado, cujo futuro é incerto, bem como o funcionamento errático da FCT que inviabiliza quaisquer possibilidades de planeamento a longo prazo, ilustram bem o desnorte que tem caracterizado a Ciência em Portugal.

O SPGL continuará a lutar para que sejam atingidos níveis de sucesso na integração na carreira superiores aos que o PREVPAP apresenta atualmente, sabendo embora que a resolução do problema de fundo da precariedade no Ensino Superior e na Ciência não fica resolvido com programas como este.

O défice de participação democrática e a responsabilidade do RJIES

Nos planos da participação na gestão e da salvaguarda dos valores da liberdade académica e da colegialidade, têm-se verificado grandes recuos na sequência da aprovação, em 2007, de um RJIES que veio introduzir uma concentração de poderes e soluções com base em instituições-fundação de direito privado.

O atraso na democratização do acesso e da frequência do Ensino Superior


No que se refere à democratização do acesso e da frequência do Ensino Superior, objetivo sempre defendido pelo SPGL e pela FENPROF, importa continuar a reclamar medidas que, sem por em causa os elevados níveis de exigência e qualidade que globalmente caracterizam o sistema de Ensino Superior português, removam as barreiras que o impedem, designadamente através do reforço dos apoios sociais diretos e indiretos, sendo particularmente importante a provisão de alojamento adequado e suficiente.


2. Medidas prioritárias defendidas pela Lista S-“Um SPGL ainda mais FORTE”

Não esquecendo a necessidade de, no imediato, conseguir obter os melhores resultados possíveis no PREVPAP e um regime transitório adequado para os leitores das universidades, , a Lista S-“Um SPGL ainda mais FORTE” propõe-se lutar pela concretização das seguintes medidas:

1. Aprovação de um plano financiado pelo OE de abertura de concursos para a base das carreiras, em correspondência com as necessidades das diferentes áreas disciplinares em cada instituição, tendo em conta as aposentações já acontecidas ou previstas, os falsos convidados contratados e outras soluções de recurso para cobrir necessidades letivas permanentes;

2. Desacoplamento dos procedimentos de recrutamento de novos docentes e de promoção às categorias superiores dos docentes em cada instituição, consagrando concursos internos, ou provas de mérito absoluto, que permitam a agilização do reconhecimento das qualificações e competências dos docentes dentro de cada instituição, reforçando, assim, a sua autonomia neste âmbito, sem comprometer a estabilidade financeira das instituições por correrem o risco de empolar os seus efetivos docentes face às suas necessidades;

3. Introdução, a par da condição de obtenção de 6 anos sucessivos com a menção máxima na avaliação do desempenho, de uma outra condição obrigatória para a progressão salarial: um número máximo de anos na mesma posição, escalonado conforme as pontuações das avaliações positivas de desempenho obtidas nos triénios anteriores;

4. Regulamentação de forma mais precisa da figura do docente convidado, separando esta figura da do docente contratado para uma substituição temporária, e obrigar a que a fundamentação de uma contratação de um docente convidado seja publicada em DR em conjunto com o despacho de contratação ou por outro meio igualmente eficaz; 

5. Eliminação da disposição estatutária que permite o concurso de profissionais para a docência sem remuneração.

6. Defender que aos docentes convidados e aos docentes de carreira se aplicam os mesmos limites nas cargas letivas semanais, assegurando que nunca poderão ser ultrapassados os limites máximos definidos na lei;

7. Efetivação do direito à licença sabática.

8. Inclusão dos efeitos da agregação na grelha salarial dos docentes do Politécnico, tal como se verifica, desde 1989, na dos docentes universitários, reforçando assim a equiparação salarial entre as carreiras docentes do Ensino Superior;

9 Aprovação de um diploma regulador da contratação e da carreira dos docentes e investigadores das instituições privadas que assegure a existência de corpos docentes próprios permanentes e qualificados;

10. Negociação com a associação patronal (APESP) de um Contrato Coletivo de Trabalho para o ESPC que garanta condições dignas de carreira e de remuneração para docentes e investigadores. 

11. Atribuição às instituições públicas de Ensino Superior de dotações orçamentais transferidas diretamente do OE que lhes permitam: i) definir com autonomia os seus planos estratégicos e contratar para as suas carreiras de investigação o pessoal necessário para desenvolver as linhas de investigação conforme esse planeamento; ii) apoiar com programas específicos o desenvolvimento e a consolidação da atividade de investigação nas instituições cujos indicadores se encontrem abaixo da média nacional;

12 Concretização da estabilidade dos investigadores integrados no programa “Investigador FCT”, através da aprovação de um diploma regulador da contratação dos investigadores IF e sua integração efetiva nas instituições em que desenvolvem a sua atividade;

13. Revisão do RJIES visando a introdução de medidas que promovam a participação alargada da comunidade académica na gestão, revigorando as condições para o pleno exercício das liberdades académica e de opinião, bem como do princípio da colegialidade das decisões;


14. Aprovação de um quadro legal que reconheça à figura jurídica “Instituição Pública de Ensino Superior” os requisitos de autonomia, em correspondência com o estabelecido no art.º 76.º da Constituição da República Portuguesa, assegurando-lhes as condições necessárias para operar com eficácia, sem abandono do regime público, com as concomitantes eliminação da figura da fundação pública com regime de direito privado, do RJIES, e conversão ao regime público das IPSFL, em regra, para contornar as restrições impostas à Administração Pública em geral).


4. APOSENTADOS


O departamento de Aposentados do SPGL desenvolveu no mandato que agora termina uma qualificada atividade oferecendo aos sócios aposentados um conjunto de iniciativas que lhes tem vindo a proporcionar um “envelhecimento ativo”, culturalmente rico e socialmente gratificante. Ao mesmo tempo que manteve este importante setor informado e atuante nas lutas dos docentes e do movimento sindical unitário, com ativa participação nas organizações de aposentados na FENPROF e da CGTP-IN e da Frente Comum


Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a apoiar a atividade do departamento de Aposentados, nomeadamente:

- na participação dinâmica nas estruturas sindicais com que já trabalha e outras estruturas de aposentados e pensionistas, possibilitando a inserção nas lutas dos aposentados por melhores direitos sociais, nomeadamente a defesa e consolidação da ADSE ,o alargamento e melhoria dos apoios á saúde, a exigência de aumentos anuais e de anulação do fator de sustentabilidade, a definição de um verdadeiro Plano Nacional sobre o Envelhecimento e Dependência que, entre outras questões, concretize o alargamento de estruturas de apoio a toda a população idosa, facilita a mobilidade, responsabilize o Estado pela consagração do direito à proteção na eventualidade de dependência. 

- no projeto “O meu livro quer outro livro”, que tem proporcionado aos sócios do SPGL, e particularmente aos aposentados, um contacto com nomes grandes da nossa literatura e personalidades de destaque na vida democrática.

- na realização de iniciativas culturais.


5. REFORÇAR O SPGL

A ligação do nosso sindicato às escolas, característica que tem mantido apesar das dificuldades que a atividade sindical atravessa, uma forte dinâmica reivindicativa, um eficiente apoio aos sócios e uma informação atualizada permitem que o SPGL tenha, ao longo do último mandato, estabilizado o número de sócios ativos, que sofreu mesmo um ligeiro aumento. Um SPGL Ainda Mais forte manterá esta característica do SPGL procurando aumentar o número de sócios, sobretudo através de dinâmicas campanhas de sindicalização, de ações de formação próprias, do desenvolvimento de formas de auscultação dos professores sobre a atividade reivindicativa. É necessário melhorar a rede de delegados e ativistas sindicais de modo a poder ser reativada a Assembleia de Delegados Sindicais.

Uma gestão financeira criteriosa permitiu ao SPGL superar as dificuldades resultantes da crise económica de 2010-2014. O SPGL tem uma situação financeira estável, com pleno respeito pelos direitos laborais dos seus trabalhadores. Um SPGL ainda mais forte manterá uma política de gestão financeira cuidada, sem prejuízo da dinamização da atividade sindical.

A nossa lista manterá a prática de um funcionamento interno democrático, com respeito pleno dos estatutos que garantem a liberdade de expressão, de organização de tendências representadas no Conselho Geral (eleito pelo método de Hondt) e de respeito por todos os sócios, independentemente das suas opções políticas e religiosas.

A nossa lista manterá a prática que fez do SPGL um sindicato aberto ao diálogo e à cooperação com outros sindicatos e com outras organizações sociais que convirjam no objetivo de uma sociedade mais justa, mais igualitária e mais democrática. Nomeadamente, reforçará a colaboração que tem mantido com os movimentos que lutam por soluções climáticas que defendam o planeta, questão de que o movimento sindical não pode alhear-se. 

Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a atividade cultural desenvolvida pelo ESPAÇO ABC (António Borges Coelho), cuja qualidade tem contribuído para o prestígio que o SPGL granjeia na sociedade. 

Um SPGL Ainda Mais Forte continuará a desenvolver as Jornadas Pedagógicas do SPGL, como momentos de formação pedagógica e de desenvolvimento cultural e cívico.


REFORÇO DA FENPROF E DO MOVIMENTO SINDICAL UNITÁRIO

Um SPGL ainda mais forte continuará a participar ativamente no seio da FENPROF na definição das grandes linhas de intervenção sindical e na definição das linhas de atuação no plano internacional, sem prejuízo da sua intervenção enquanto SPGL quando para tal achar conveniente ou for solicitado.

Com a nossa lista, o SPGL manterá as relações de trabalho solidário com a CGTP-IN e com a Frente Comum na luta conjunta pela defesa dos direitos dos trabalhadores, na luta contra a desvalorização dos salários, nomeadamente exigindo aumentos salariais anuais que no mínimo cubram o valor da inflação.

Confiamos no voto dos sócios do nosso sindicato para construirmos UM SPGL AINDA MAIS FORTE

sábado, 27 de abril de 2019

Por um SPGL cada vez mais FORTE - Vota Lista S

Ana Cristina Martins, Professora do 1CEB
Nos finais do século XVIII, quando a revolução industrial eclodiu em Inglaterra e se instalou progressivamente na Europa e nos Estado Unidos, as relações de trabalho sofreram alterações profundas.


Perante a industrialização, a detenção dos meios de produção, do capital, das matérias primas, os trabalhadores apenas tinham a sua força de trabalho e cedo perceberam que, individualmente, nada podiam contra o poder de quem os explorava para obter cada vez maiores lucros.


Foi assim que nasceram os sindicatos, da perceção de que só juntando forças se pode reagir à pressão de quem detém o controlo sobre as condições de trabalho.


A força de trabalho que gera riqueza e é alicerce de funcionamento da sociedade constitui um poder inestimável. Os sindicatos, enquanto associações de profissionais que juntam força para defender a sua atividade e melhorar as suas condições de trabalho, são organizações fundamentais.


Talvez nunca como hoje, em pleno século XXI, tenha sido tão necessário lembrar o óbvio. As conquistas e a melhoria das condições de trabalho, os direitos consolidados, toldam a memória e são muitas vezes os próprios trabalhadores que desvalorizam e diminuem a importância dos sindicatos. Em tempo de acalmia, é fácil esquecer que “nenhum de nós é tão bom quanto nós todos juntos” (Ken Blanchard).


Sindicalizada no SPGL há 30 anos, desde que iniciei a minha atividade como professora, sei que não há outra forma de defender a minha profissão. Só através de organizações representativas, plurais, credíveis, afirmamos a defesa da nossa profissão e cuidamos das condições em que ela se desenvolve.


O SPGL, um dos maiores sindicatos do país e o maior sindicato de professores, nasceu oficialmente a 2 de maio de 1974; Quarenta e cinco anos ao longo dos quais se distinguiu sempre pela sua prática democrática, enquanto casa de todos os professores.


Em maio próximo, o SPGL vai a votos de novo e de novo com mais do que uma lista candidata aos seus corpos gerentes, como é normal e desejável em qualquer instituição democrática.


A lista que apoio tem como lema “Por um SPGL cada vez mais forte” e este apoio tem duas razões simples:


A primeira delas o facto de reconhecer a quem encabeça este projeto, a capacidade de assegurar um SPGL fiel à sua matriz plural e democrática, um sindicato comprometido com a defesa dos interesses dos professores que representa, alicerçado no trabalho coletivo, livre de tendências individualistas e ambições pessoais e partidárias.


A segunda delas o reconhecimento de que só esta lista, pela sua composição e princípios enunciados no seu programa, é absolutamente representativa de todos os sectores e graus de ensino, não menorizando nenhuma reivindicação, nenhum docente.


Porque nenhum de nós é tão bom quanto nós todos juntos, vamos dar força a um SPGL cada vez mais forte. Por todos, para todos!

Ana Cristina Martins

#UMSPGLAINDAMAISFORTE

@UMSPGLAINDAMAISFORTE

Junta-te a nós...


Caros colegas e amigos sócios do SPGL

Vitor Bento, Professor,
Dirigente Sindical do SPGL
Sindicalizei-me, tal como muitos de vós, ainda no século passado. Antes era sócio de outro sindicato mas, por constatar que o SPGL era o único sindicato que realmente tinha e apresentava trabalho real nas escolas e que pugnava com firmeza pelos direitos dos professores e educadores, deixei o outro sindicato e sindicalizei-me no SPGL.

Ainda no século passado, na Escola Secundária do Cartaxo, e no decorrer de uma reunião sindical fui convidado, pelo colega Dirigente António Silva, e eleito pelos colegas da Escola para Delegado Sindical.

Já neste século, no ano de 2002, fui convidado (mais uma vez pelo António Silva) para integrar as listas. Ganhámos as eleições, fomos eleitos e desde então que sou Dirigente do SPGL.

Sinto que o SPGL tem estado, está e estará na vanguarda da luta; sei que o caminho se faz caminhando e que o caminho é a luta. Sei que o nosso caminho não é nem tem sido feito de facilidades, sei que apesar de todos os obstáculos, abusos, atropelos e constrangimentos o SPGL luta na procura da conquista e retoma de direitos e pela dignidade da profissão e do exercício da atividade docente.

Junta-te a nós, caminha e luta connosco e teremos um SPGL ainda mais FORTE.

Eu, faço parte e apoio a lista “Um SPGL ainda mais FORTE”.

Durante mais de duas décadas fui professor na Escola Secundária do Cartaxo, foi lá que nasci para a atividade sindical, e aí, mais do que em qualquer outra escola, que todos sabem e conhecem o meu empenho e a minha dedicação à causa dos Professores e Educadores e à causa sindical, tanto na mobilização como na ajuda e esclarecimento dos colegas, ao ponto de esporadicamente ter “ouvido” que abusava das intervenções em “fóruns” menos apropriados (Reuniões de Departamento, Grupo/Área Disciplinar, Diretores de Turma/Curso); talvez que algumas das observações fossem pertinentes.
Pontualmente, tive algumas “pegas” com Presidentes do Conselho Diretivo/Diretores, sempre de forma institucional, na qualidade de Delegado ou Dirigente Sindical e na defesa dos colegas, é assim a vida de um Delegado e de um Dirigente; tanto mais quando nos deparamos com colegas que no exercício de determinado cargo se arrogam com a prorrogativa de poder “fazer” leis.
Nos últimos anos, e por ter sido sucessivamente eleito, tenho sido Dirigente na Direção Regional de Santarém e assegurado o cargo de Tesoureiro desta Direção Regional. Para o presente ato eleitoral e em virtude de várias vicissitudes e alguns constrangimentos fui indicado e convidado para a Coordenação da Direção Regional e, por isso, apelo a todos os sócios do SPGL, o apoio, a subscrição e o voto na nossa lista “Um SPGL ainda mais FORTE”.

Hoje, já não estou na Escola Secundária do Cartaxo, sou professor no Agrupamento de Escolas de Almeirim (na Escola Secundária Marquesa de Alorna) – procurei apenas ficar mais perto da minha residência. É neste novo ambiente (neste novo contexto) que hei-de continuar o caminho e que hei-de continuar a lutar pelos direitos e pela dignidade dos professores.

Pelo direito e pela dignidade de:
- uma aposentação justa
- da legalidade dos horários de trabalho
- da destrinça entre componente letiva e componente não letiva
- da contagem integral do tempo de serviço
- de uma gestão democrática nas escolas

Junta-te a nós, apoia, subscreve e vota
Lista S

“UM SPGL ainda mais FORTE”

Vítor Bento

#UMSPGLAINDAMAISFORTE
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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Lista S - um SPGL ainda mais FORTE



Para as eleições do próximo 16 de maio constituímos uma equipa que alia a experiência de quem nos últimos mandatos tem dirigido o SPGL com a visão e juventude daqueles que iniciam agora a sua caminhada como dirigentes sindicais. Construímos uma equipa coesa, profundamente ligada aos professores, educadores e investigadores, do setor público e do privado e cooperativo, do superior e do não superior, do especial, do pré-escolar e de todos os níveis da escolaridade, no ativo e aposentados. 

Os professores, os educadores e os investigadores conhecem-nos. Corporizamos uma das matrizes marcantes e distintivas do SPGL – a ligação real às escolas e aos docentes consubstanciada em numerosas reuniões sindicais, em plenários, em manifestações, mas também no princípio de que os dirigentes devem manter trabalho letivo nos estabelecimentos de ensino a que pertencem, trazendo desse modo para a tomada de decisões as reais opiniões dos docentes e investigadores. 

O SPGL continua a ser o maior e mais forte sindicato de professores em Portugal e podemos afirmar que para isso têm contribuído o trabalho, a dedicação e a competência dos dirigentes, dos delegados sindicais e dos ativistas que constituem esta LISTA S. Mas queremos torná-lo ainda maior, ainda mais forte. 

Mantemos-nos fiéis ao princípio fundador do SPGL: tudo o que diz respeito à escola e à educação diz respeito ao sindicato. Por isso, defendemos com firmeza os direitos dos docentes e investigadores, mas intervimos também na construção de uma escola de qualidade, onde o valor e o rigor das aprendizagens se conjuguem com a formação de cidadãos para uma sociedade inclusiva, democrática, orientada por critérios de justiça e igualdade. 

A construção de sociedades democráticas, orientadas por princípios de justiça e igualdade sociais precisa de sindicatos fortes e respeitados. Está nas suas mãos contribuir para que o SPGL seja ainda mais forte para continuar a contribuir para o futuro da Educação, para a valorização da profissão docente e desenvolvimento da investigação científica.


#UMSPGLAINDAMAISFORTE
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Desta vez seremos Lista S - eleições a 16 de maio


Informações importantes:

1. Está a chegar à caixa do correio um envelope grande do SPGL com um conjunto de documentos para a votação para a eleição dos corpos gerentes do sindicato. 

2. Embora as eleições apenas decorram no dia 16 de maio e a informação mais pormenorizada das listas candidatas ainda não tenha chegado, por receio dos atrasos nos correios particularmente para quem vota por correspondência pois há que contar com o tempo para a devolução dos votos em tempo útil, a expedição foi feita com alguma antecedência. Desta vez porém parece que os correios foram céleres.

3. A votação direta em mesa de voto decorre no dia 16 de maio. Entretanto, e independentemente de haver mesa de voto a funcionar nas escolas, qualquer sócio pode votar por correspondência utilizando os boletins de voto que receberam e enviando obrigatoriamente a Credencial que também foi enviada, de acordo com as instruções enviadas.

4. Há 3 listas candidatas. Integramos a lista identificada como LISTA S. 

5. No próximo jornal Escola Informação que deve chegar a casa na próxima semana, divulgam-se as escolas onde vão funcionar mesas de voto no dia 16 de maio.

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segunda-feira, 15 de abril de 2019

Uma luta faz-se com todos, por todos e para todos!

Há muitos anos que um aço invisível dilacera as entranhas da Escola. 

Sentimos o frio metal sempre que ouvimos a infâmia embrulhada em decretos; 

Sentimos o o frio metal sempre que nos mergulham num mundo kafkiano, 

Sentimos o frio metal sempre que os Tiagos, as Lurdes e os Cratos nos tentam humilhar. 

Ana Paula Timóteo - Professora na E. B. de Piscinas
Mas sempre que o frio metal da burocracia, do desespero, do excesso e do muito errado que se passa na escola nos afunda a alma num poço sombrio e começamos a perguntar o que tínhamos na cabeça quando decidimos ser professores, percebemos nesse instante que desistir não pode ser opção e é nesse rasgo de raiva e protesto que nos erguemos e se renovam as forças e os sonhos. Porque tudo tem a ver com a nossa dignidade e a dignidade não é uma questão de escolha. É uma questão de honra. Honrar a luta dos que nos precederam, honrar os direitos e o respeito que o futuro espera de nós. Honrar a nossa vida. Honrar a ética, o conhecimento, o progresso. 

O mundo está em mudança e o cliché desta ideia pode representar um perigo: o da apatia diante as desconformidades, a perda de valores humanistas, o deslizamento para a sarjeta de princípios como a solidariedade e a coragem. A Escola tem hoje, num dos momentos mais críticos da História, um papel tão estruturalmente fundamental que a tem tornado num alvo preferencial do poder político manietado pelo verdadeiro poder, o financeiro, que tudo e a todos move como marionetas de um jogo. 

Na Educação, temos assistido a um crude lodoso que se tem vindo a introduzir na enxurrada legislativa. Mentiras mascaradas de conceitos científicos, frases rebuscadas que nos revolvem o estômago, redundâncias e reprodução de rituais burocráticos, pressões despudoradas. Estamos muitos cansados. Exaustos. Revoltados. E por isso este é um momento vital de luta sindical. Lutar por uma profissão que se dignifica nas condições laborais é garantir uma classe profissional mais feliz, mais autónoma, mais respeitada. 

Mas lutar por uma profissão digna passa também por fazer ouvir a nossa voz num verdadeiro Projecto Educativo Nacional. Porque na 5 de Outubro ainda não se sentou um verdadeiro ministro da Educação. 

Mas a luta faz-se com todos, por todos e para todos. E por isso apoio a Lista S e integro este projecto o único que me inspira e reflecte o que espero que seja um sindicato. 

Ana Paula Timóteo

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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Música porque sim

Ana Mafalda Pernão, Professora, na
 Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, Lisboa
A música é algo que todos nós, mais do que simplesmente ouvir, sentimos. Dizemos “gosto desta cantora” ou simplesmente “esta música dá-me vontade de dançar” ou ainda recordamos factos passados porque “esta música passou no nosso casamento”. Ela é talvez, sem grande margem de erro, a arte mais presente no nosso dia-a-dia, e aquela que mais facilmente todos nós podemos praticar. 

Apesar disso, a música ainda afasta da sua prática grande número de pessoas no nosso país, as quais consideram que não “sabem nem percebem” nada de música. Embora a música esteja tão próxima de nós, muitos pensam que os conhecimentos que têm não são suficientes para se abalançarem a fazer música eles próprios. 

Só com uma prática musical desde o pré-escolar podemos encorajar cada uma das nossas crianças a tomar a música como meio de expressão para a sua vida, conhecendo a sua linguagem de forma a apreciar e fazer música retirando toda a satisfação que ela proporciona. 

A prática musical é mais uma competência para enfrentar o novo mundo global, para além de complementar a estruturação de cada um de nós. Com ela ajudamos a construir o capital cultural que cada um utilizará na sua vida. 

A música tornar-se-á um saber incorporado, constituindo mais uma ferramenta que pode desenvolver para o futuro. E se for sua vontade, a porta do ensino especializado artístico será aberta para um estudo mais aprofundado, para um novo caminho a percorrer, no sentido de uma formação como músico profissional. 

É preciso defender que a prática da música se torne efetiva e de qualidade no ensino obrigatório desde o seu início, com uma verdadeira expressão no currículo, e lecionada por docentes específicos. 

É preciso criar a ligação entre o ensino genérico e especializado da música, dando maior coerência às ofertas hoje existentes, de forma a aproveitar e apoiar as iniciativas de valor comprovado que possam ser integradas no sistema. 

É preciso valorizar o saber dos docentes de música e promover a sua participação na construção dos cidadãos do futuro. 

Ana Mafalda Pernão

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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Apresentação da Lista

Hugo Weber, professor
Dirigente sindical do SPGL
Somos continuadores da atual direção. Somos renovadores da atual direção. Estamos reforçados, ativos e vigilantes; prontos para a negociação e para o combate; para a aproximação aos professores e aos sócios – seguindo a linha que se tem tomado. Ouvimos de perto para melhor representar. Estamos nas escolas, estamos nas redes sociais. Estamos recetivos e buscamos a participação de todos, a participação de quem dá sentido a qualquer sindicato, de quem participa no seu sindicato, de quem legitima o seu sindicato. 

Provámos estar dispostos a trabalhar, prontos a ajudar. 

Representamos professores, educadores, investigadores e técnicos de todos os graus de ensino. Estamos nas escolas e no ativo em vários níveis e modalidades de ensino, em várias funções. Somos experientes, jovens e menos jovens, com várias convicções e sensibilidades político partidárias – mas estamos juntos e procurámos abarcar quem quisesse vir: Por uma convicção. Estes equilíbrios procuram ser o reflexo daqueles que representamos. Estamos cada vez mais dispostos a ser um Grande Sindicato de Professores. 
Reforçaremos a Voz e o Braço. Convosco. Participativos.
Seremos “Um SPGL Ainda Mais Forte”. 

A Direção connosco voltará a ser mais que a soma das partes. A Direção connosco voltará a ser muito mais que o braço no ar constante ou as palavras de ordem agressivas. Trabalhamos também na retaguarda com cada um e com todos, na necessidade, na injustiça,… Movemos o que for preciso em Unidade - na busca de soluções. 

Esta lista tem experiência, capacidade e qualidade para agir com responsabilidade nos momentos certos e nos locais apropriados, seja no âmbito das organizações que integra e onde participa, seja nas competências que lhe cabem na região geográfica da Grande Lisboa. Esta lista tem o conhecimento no terreno que lhe permite estar implantada nas escolas... Seguindo uma agenda própria, independente de interesses externos aos nossos, representamos os Professores. 

Reforço da Ação Sindical 
Defendemos um Sindicalismo do Séc. XXI: Um Sindicalismo de Base olhos-nos-olhos, escola a escola; um Sindicalismo de Massas em Unidade; um Sindicalismo de proximidade feito de contactos um-para-um; um Sindicalismo de rede dotado da força dinamizadora e dinâmica, de todos-para-todos. Defendemos as consultas aos professores: em reuniões, em contactos individuais, em questionários em papel ou online. Somos também pelo reforço da presença sindical através da via jurídica, pela procura de conexões internacionais de reforço mútuo, pela Solidariedade -vista de forma abrangente. Continuaremos a reforçar a presença descentralizada nas nossas delegações. Preconizamos um “SPGL Ainda Mais Forte” também na sua Ação Sindical. Princípios e Esfera de Ação Temos como bandeiras: Escola Pública para todos, Liberdade, Democracia e Equidade. Enquanto professores, assumimos a responsabilidade de educar e formar as novas gerações; temos em mãos o que mais importante há na sociedade: as crianças; mas também os jovens e adultos, a terceira idade. Estamos com todos ao longo da vida e tendencialmente cada vez mais. Dos trabalhadores com tarefas mais específicas aos líderes intermédios e de topo. 

O Sindicalismo que defendemos será cada vez mais abrangente ultrapassando necessariamente questões apenas socioprofissionais para abarcar a Educação como um todo: a nível sistémico – organizacional, pedagógico. Educação e Professores são indivisíveis. Educação, Professores e os seus representantes são unos. Continuaremos a ser... 

Um SPGL cada vez mais Forte;
 “Um SPGL ainda mais Forte”.

Hugo Weber


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terça-feira, 9 de abril de 2019

Professores de SANTARÉM por “Um SPGL ainda mais forte”

Queremos um movimento sindical forte para reconquistar a dignidade da profissão, o tempo de serviço que nos foi negado, valorizar a Escola Pública e criar condições de trabalho para um ensino de qualidade 

Luísa Teixeira Barbosa, Professora na
EB Alexandre Herculano, Santarém
Santarém orgulha-se de ter sido a cidade de onde partiu a coluna militar liderada por Salgueiro Maia, um capitão de grande coração, de princípios e coragem inabaláveis, que deu voz de prisão à ditadura que durara 48 anos. 

Considero-me uma cidadã e professora empenhada na sua carreira, no sucesso escolar dos seus alunos, no diálogo constante e colaborativo com os encarregados de educação, e também empenhada num forte movimento sindical, imprescindível à democracia e à manutenção dos direitos que valorizem a Escola Pública e a Dignidade docente 

O Direito à educação e à cultura foi um dos direitos aprovados pelas democracias europeias, após a segunda Grande guerra. Num país obscuro e frágil, onde a ditadura sonegava os direitos do homem, com um atraso cultural abismal, antes do 25 de Abril, foi em 1974 que estes direitos se inscreveram sem qualquer dúvida ou hesitação na Constituição de 1976. E, nos primeiros quarenta anos viu esses números e/ou estatísticas melhorar porque, o esforço da democracia se virou para melhorar as condições de vida dos atores da educação ( com melhores condições de trabalho, melhores escolas e equipamentos escolares, com melhores salários, mais auxiliares educação, melhor formação, uma Lei de Bases do Ensino invejável por todos os governos da Europa… 

Decorridos já 45 anos de democracia, tal já não se pode considerar verdade absoluta! 

E desengane-se quem pense que a democracia e a liberdade são bens estáveis e imutáveis. 

Os professores depararam-se nos últimos anos com uma degradação da sua carreira, com reformas irreais e irrefletidas que se espelhou no desgaste e deterioração das condições de trabalho, diminuição do sucesso escolar e degradação das relações na escola, que só se poderá explicar pelos ataques constantes à função pública e principalmente aos 4 pilares da democracia nos quais se integra a Educação. Tais ataques pretendem fragilizar um corpo docente competente e responsável pelas capacidades que os jovens de hoje vão espalhando, nas empresas e noutras instituições, por todo o mundo. Tal deterioração não se poderá explicar se não unicamente explicar pelos valores materialistas e economicistas, pelos quais se regeram e regem ainda alguns líderes da Europa os quais fomentam crises ficcionadas e notícias falsas que afetam a vida da Escola negativamente. 

O movimento sindical precisa de todos nós, precisa de quem resista e acredite que trabalhando será possível…pois queremos reconquistar a dignidade da profissão, o tempo de serviço que nos foi negado, valorizar a Escola Pública e criar condições de trabalho para um ensino de qualidade. 

Em Santarém queremos um SPGL ainda mais forte… 

Luísa Teixeira Barbosa 

Sócia SPGL 44477, sindicalizada desde 1982/83 

Professora do Ensino Básico, 2º ciclo, na Escola Básica Alexandre Herculano, em Santarém

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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Roubo público

Pergunta absurda: pode, em democracia, um roubo ser feito pelo governo a milhares de pessoas, perante toda a sociedade? 

Infelizmente, pode. 

Pode, se o governo o fizer através da mentira caluniosa e da desinformação. 

Pode, se a sociedade suspender a incredulidade e aderir à ficção governativa. 

Pode, se o governo tiver a percepção de que tal roubo é premiado eleitoralmente. 

Desde o trágico ministério de Lurdes Rodrigues, quando se fomentou e vulgarizou o mais vil desrespeito pelos professores, a luta da classe docente em matéria de direitos laborais tem tido sempre a oposição e o desprezo da sociedade. Este governo, mais uma vez, apenas se aproveita dessa ingratidão odiosa e hipócrita. 

As condições do actual roubo de 6,5 anos de serviço cumprido foram criadas nos anos de burla dos governos Sócrates e prosseguidas nos anos de chumbo da jihad troikista da legislatura PSD/CDS: 

— 854 dias de congelamento, entre 30 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007, mais 2557 dias de congelamento, entre 1 de Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2017, somando um total de 9 anos, 4 meses e 2 dias a marcar passo. 

Em Novembro de 2017, após uma expressiva manifestação em frente da Assembleia da República e cerca de 10 horas de negociação, os sindicatos e o governo assinaram uma declaração de compromisso pela contagem integral do tempo de serviço congelado, ficando por definir o faseamento dessa contagem; tal compromisso foi reiterado na lei do Orçamento de Estado para 2018 e numa resolução da Assembleia da República de Janeiro de 2018, aprovada por todos os grupos parlamentares, incluindo o do PS. Seria natural que o compromisso legislado fosse cumprido, definindo-se a sua calendarização. Mas eis que o executivo resolve revisitar os métodos falaciosos e usar da mesma má-fé e falta de ética dos anteriores governos PS, desrespeitando os professores em sucessivas reuniões inúteis, num simulacro negocial, vitimizando-se sempre com a “intransigência” dos sindicatos, até acabar por romper qualquer possibilidade de negociação com a criação de um diploma que previa a recuperação de apena 2 anos, 9 meses e 18 dias (após mudança de escalão, o que geraria inúmeras ultrapassagens), e intoxicando os media com o soundbite de que este generoso “bónus” era recusado pelos professores. Após o veto deste diploma pelo Presidente da República (que, lamentavelmente, não recomendou a correção das inconstitucionalidades das ultrapassagens e do tratamento discriminatório em relação aos professores dos Açores e da Madeira), o governo fingiu nova negociação com os sindicatos e repetiu o diploma vetado, agora sob a forma de Decreto-Lei nº 36/2019, alardeando novamente a sua incompreendida generosidade, sendo secundado nos dias a seguir pelos costumeiros comentadores e articulistas. 

Recentemente, à falácia do “bónus”, o primeiro-ministro veio juntar a mistificação da “contagem integral” desse tempo de serviço, que pode agora ser feita de uma só vez ou faseadamente, a pedido de cada docente… Primeiro, a uma pequena parte do que nos é devido, Costa chama “bónus”, depois, a esse “bónus”, o primeiro-ministro associa, precisamente, a expressão “contagem integral”. Ou seja, no imaginário colectivo há agora duas noções a pairar — “bónus” e “contagem integral” —, ficando a opinião pública com a ideia mirabolante de que os professores podem optar por ter o “bónus da contagem integral” do tempo de serviço de uma só vez ou faseadamente! Ora, o cidadão comum pergunta, perplexo, de que se queixam, afinal, os professores. 

E é assim que é possível este roubo descarado de 6,5 anos de serviço cumprido pelos docentes do continente, cuja contagem integral já estava prevista no Orçamento de 2018 e volta a estar no de 2019. 

Mas não desistiremos! Não baixaremos os braços nunca, pois a nossa função maior é dar o bom exemplo. Temos sempre o dever de demonstrar que não se desiste na defesa do trabalho com direitos e de uma sociedade ética e justa. 



POR UM SPGL SEMPRE MAIS FORTE! 

Francisco Martins da Silva

sábado, 6 de abril de 2019

A importância da vertente sócio-cultural para UM SPGL AINDA MAIS FORTE.

Margarida Lopes, Professora Aposentada,
Departamento dos Aposentados do SPGL
" O meu livro quer outro livro "


Foi-nos lançado este desafio há seis anos. Ao princípio éramos poucos. Vivíamos dentro das quatro paredes. Trocávamos livros e opiniões, muitas.

Ao fim de um ano tivemos vontade de desistir. Mas talvez valesse a pena continuar e não defraudar "os poucos" que connosco faziam o caminho. Sempre intervenientes com as suas leituras ou até com os mimos para o lanche-convívio.

Decidimos alargar, sair. Convidámos escritores, tantos!

Outros colegas trouxeram-nos os seus trabalhos sobre livros ou mesmo sobre a obra de escritores.
Fizemos divulgação e registo das sessões.
A cada reencontro há a alegria da partilha.

Valeu a pena.

Margarida Lopes

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