terça-feira, 9 de abril de 2019

Professores de SANTARÉM por “Um SPGL ainda mais forte”

Queremos um movimento sindical forte para reconquistar a dignidade da profissão, o tempo de serviço que nos foi negado, valorizar a Escola Pública e criar condições de trabalho para um ensino de qualidade 

Luísa Teixeira Barbosa, Professora na
EB Alexandre Herculano, Santarém
Santarém orgulha-se de ter sido a cidade de onde partiu a coluna militar liderada por Salgueiro Maia, um capitão de grande coração, de princípios e coragem inabaláveis, que deu voz de prisão à ditadura que durara 48 anos. 

Considero-me uma cidadã e professora empenhada na sua carreira, no sucesso escolar dos seus alunos, no diálogo constante e colaborativo com os encarregados de educação, e também empenhada num forte movimento sindical, imprescindível à democracia e à manutenção dos direitos que valorizem a Escola Pública e a Dignidade docente 

O Direito à educação e à cultura foi um dos direitos aprovados pelas democracias europeias, após a segunda Grande guerra. Num país obscuro e frágil, onde a ditadura sonegava os direitos do homem, com um atraso cultural abismal, antes do 25 de Abril, foi em 1974 que estes direitos se inscreveram sem qualquer dúvida ou hesitação na Constituição de 1976. E, nos primeiros quarenta anos viu esses números e/ou estatísticas melhorar porque, o esforço da democracia se virou para melhorar as condições de vida dos atores da educação ( com melhores condições de trabalho, melhores escolas e equipamentos escolares, com melhores salários, mais auxiliares educação, melhor formação, uma Lei de Bases do Ensino invejável por todos os governos da Europa… 

Decorridos já 45 anos de democracia, tal já não se pode considerar verdade absoluta! 

E desengane-se quem pense que a democracia e a liberdade são bens estáveis e imutáveis. 

Os professores depararam-se nos últimos anos com uma degradação da sua carreira, com reformas irreais e irrefletidas que se espelhou no desgaste e deterioração das condições de trabalho, diminuição do sucesso escolar e degradação das relações na escola, que só se poderá explicar pelos ataques constantes à função pública e principalmente aos 4 pilares da democracia nos quais se integra a Educação. Tais ataques pretendem fragilizar um corpo docente competente e responsável pelas capacidades que os jovens de hoje vão espalhando, nas empresas e noutras instituições, por todo o mundo. Tal deterioração não se poderá explicar se não unicamente explicar pelos valores materialistas e economicistas, pelos quais se regeram e regem ainda alguns líderes da Europa os quais fomentam crises ficcionadas e notícias falsas que afetam a vida da Escola negativamente. 

O movimento sindical precisa de todos nós, precisa de quem resista e acredite que trabalhando será possível…pois queremos reconquistar a dignidade da profissão, o tempo de serviço que nos foi negado, valorizar a Escola Pública e criar condições de trabalho para um ensino de qualidade. 

Em Santarém queremos um SPGL ainda mais forte… 

Luísa Teixeira Barbosa 

Sócia SPGL 44477, sindicalizada desde 1982/83 

Professora do Ensino Básico, 2º ciclo, na Escola Básica Alexandre Herculano, em Santarém

@UMSPGLAINDAMAISFORTE
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