Virgínia Baptista. Professora na Escola Artística António Arroio |
Este texto evoca o mês de março. O mês do Dia Internacional da Mulher. O mês que se designou para relembrar a luta e a prática pela igualdade entre mulheres e homens. O mês em que se relembra as feministas, desde os primórdios aos atuais feminismos, que envolvem as mulheres e os homens.
Pela análise do DGEEC, 2018, as mulheres constituem 78,0% dos docentes, assim distribuídas por níveis de ensino: educação pré-escolar: 99,1%; 1.º ciclo: 86,9%; 2.º ciclo: 72,2%; 3.º ciclo e secundário: 71,8%.
Contudo, apesar das mulheres estarem em maioria na profissão, verifica-se que o mesmo não acontece nos cargos de gestão das escolas e os próprios documentos oficiais mantêm uma linguagem masculina. É a esta maioria de profissionais, e aos seus colegas professores, que o Ministério da Educação vedou a progressão nas carreiras pelo congelamento dos 9 Anos, 4 Meses e 2 Dias de serviço efetivo realizado.
Relembremos que tem sido árdua, de resistência, mas de muita persistência a luta das mulheres, neste caso na Europa ocidental. Uma das precursoras, Mary Wollstonecraft, em 1792, no livro “Uma Vindicação dos Direitos das Mulheres”, inspirada nos Direitos do Homem, em França, reivindicou um papel social para as mulheres do seu tempo, nomeadamente o acesso à educação. Em 1929, Virgínia Woolf em “Um quarto que seja seu”, ensaio baseado em palestras, defendeu a importância de um local privado para as mulheres escritoras, nesta mesma sociedade patriarcal. Duas décadas mais tarde, em 1949, Simone de Beauvoir em “O Segundo Sexo” analisou a opressão vivida pelas mulheres, num tempo saído da 2.ª Guerra Mundial, em que estas já tinham habituado esta mesma sociedade patriarcal à sua integração no mercado de trabalho. Porém, na análise histórica o mundo era visto no masculino; a mulher era “o outro”, o ser identitário que se pretendia neutro.
É nesta continuidade de reivindicações que defendemos a igualdade entre professores e professoras, entre todos os profissionais do ensino, quer a nível dos cargos de gestão nas escolas, quer nas direções sindicais.
Nas Escolas, como nas ruas, só a Igualdade de Género tem sentido. Daí a razão da defesa Para um SPGL mais forte.
Virgínia Baptista.
#UMSPGLAINDAMAISFORTE
@UMSPGLAINDAMAISFORTE
Sem comentários:
Enviar um comentário