sábado, 16 de março de 2019

Por que apoio a lista – Um SPGL ainda mais FORTE

Almerinda Bento
Vivemos um período muito difícil, complexo e perigoso da história da humanidade. Para alguém que como eu conheceu a escola enquanto professora antes e depois do 25 de Abril e a viveu intensamente, há momentos da sua vida pessoal e profissional que não esquece: o papel do director salazarento que esperava subserviência e rédea curta do professorado; as tentativas frustradas desde o tempo de Sottomayor Cardia para repor o director e acabar com a gestão democrática; a barragem no acesso ao 7º escalão no tempo do governo de Cavaco Silva; a criação da figura do professor titular e toda a arquitectura demolidora da classe docente pela ministra Maria de Lurdes Rodrigues no governo de José Sócrates; o aprofundamento do ataque à escola pública e aos seus alicerces por parte de Nuno Crato no tempo do governo Passos Coelho/Troika… 

É importante não esquecer.

Foi uma onda que se foi formando e que foi crescendo, mal a Escola Pública universal e democrática saída do 25 de Abril e alicerçada na Constituição da República Portuguesa se foi enraízando na nossa sociedade. A autonomia, a democracia, a liberdade de pensar e de experimentar, a alegria de fazer a escola para todos e todas era algo que os inimigos da democracia não toleravam. Todos os meios eram válidos e o professorado o primeiro alvo a abater. Do lado dos professores, para além da sua capacidade de reagir e de se unir, eram os sindicatos o instrumento fundamental de resistência e de proposta. Desde a primeira hora, foi o SPGL, nascido a 2 de Maio de 1974, o maior apoio em todas estas lutas. Também não foi por acaso a sanha contra os sindicatos por parte dos mesmos que fragilizam os professores. E como a melhor forma de atacar é desunir, surgiram, entretanto, inúmeros sindicatos e/ou associações sindicais…

Não esquecemos a nossa história e sabemos como as conquistas são frágeis. No Brasil, o professorado progressista está sendo fustigado e perseguido, sendo premiada a delação e a bufaria. Cá, num arremedo de negociação, os sindicatos esbarram com um governo que não cede um milímetro na negociação do tempo perdido. E que quer, à força toda, instituir a municipalização, antecâmara do clientelismo e da sujeição à tutela dos senhores da terra. Quando as prioridades do governo colocam no topo da pirâmide os bancos, os presidentes de câmara, os directores como instrumentos das suas políticas e,na base da pirâmide, os professores como assalariados mal pagos, afogados em burocracia e sem autonomia, há que ter força, energia e combatividade para mobilizar a classe contra estas políticas que estão a destruir a Escola Pública.

A experiência, a história, a ligação às lutas e à vida das escolas, a determinação nas lutas que hão-de vir, são além de tudo o que atrás referi, motivos para apoiar a lista Um SPGL ainda mais FORTE, encabeçada pelo professor e sindicalista José Costa. Com todos nós, com a determinação dos professores conscientes da sua força e do seu papel social. 

Almerinda Bento

Professora aposentada

Sócia nº 27247 do SPGL

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