Numa manobra de assustadora indigência alguém da lista A divulgou nas redes sociais um gráfico sobre a diminuição do número de sócios/eleitores do SPGL entre 2006 e 2019, dissociando os dados utilizados da evolução negativa do número de professores no sistema. A falta de rigor partindo de (supostos) professores é um insulto à classe docente.
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Qualquer professor decente, se quisesse explicar aos seus alunos a taxa de sindicalização, aos dados do número de sócios do sindicato acrescentaria, de imediato, o número de professores existentes nos períodos em análise. Segundo a PORDATA*, em 2006 havia no ensino não superior 181.433 professores da educação pré-escolar ao secundário. Em 2017 (último ano com dados), o número de docentes, sem ter em conta outros que também tiveram acentuado decréscimo, como por exemplo os do ensino superior caiu para 145 549, por razões que todos bem conhecemos. Só por milagre tal queda do número de professores não se repercutiria no número de sócios dos sindicatos. Aliás, nesta matéria, a situação do SPGL é bem melhor do que os restantes sindicatos de docentes, devido ao bom trabalho desenvolvido pelas direções que exerceram os seus mandatos nos anos referidos.
Mas um professor que se preze teria também de atender ao modo como é encontrado o número de eleitores. Desde 2006, o SPGL decidiu tornar rigoroso o número de sócios, eliminando dos cadernos todos os professores que tenham perdido a condição de sócio por falta de pagamento, ou outros. É fácil aumentar o número de sócios se não houver limpeza de ficheiros. Também aí o SPGL é quase uma exceção.
Mas o mais aberrante é que a Lista A tenha entre os seus apoiantes o ainda presidente do SPGL que, ainda há poucos meses, apresentou ao Conselho Geral do SPGL um relatório e contas confirmando o aumento do número de sócios do SPGL em situação regular…
Um pouco de honestidade não lhes ficaria mal!
Manuel Micaelo
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